terça-feira, 17 de abril de 2012

Fretilin continua a ser incontornável no futuro governo e parlamento - PR


Díli, 17 abr (Lusa) - O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, disse hoje que os resultados provisórios das presidenciais de segunda-feira revelam que a Fretilin (Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente) vai continuar a ser incontornável no futuro governo e parlamento do país.

"Pelo resultado das presidenciais, parece-me que a Fretilin vai continuar a ser incontornável no futuro parlamento, no futuro governo, provavelmente mais do que em 2007. Portanto, a Fretilin não deve ficar excessivamente desapontada porque o resultado foi bom", afirmou à agência Lusa José Ramos-Horta.

Os resultados provisórios distritais divulgados hoje pelo Secretariado Técnico da Administração Eleitoral dão a vitória na segunda volta das eleições presidenciais ao general Taur Matan Ruak com 61,23 por cento.

Francisco Guterres Lu Olo obteve 38,77 por cento.

Segundo o chefe de Estado timorense, tudo indica que a Fretilin continua a ser o partido mais votado no país e o que conta são as legislativas, marcadas para 07 de julho.

"O importante como tenho salientado repetidamente é que todos nós aceitemos o resultado. Há desapontamento, obviamente nas fileiras da Fretilin, mas como eu já disse aos camaradas da Fretilin, não fiquem excessivamente desapontados, porque os resultados também mostram ainda uma base forte, firme da Fretilin", afirmou José Ramos-Horta.

O Presidente timorense considerou também que o atual primeiro-ministro do país, Xanana Gusmão, que apoio a candidatura de Taur Matan Ruak através do Conselho Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), partido que preside, mobilizou todos os recursos do Estado, do governo e do partido para apoiar o ex-chefe das Forças Armadas.

"Portanto foi uma luta desigual, porque a Fretilin é um partido e não teve o endosso direto de nenhum outro partido, enquanto o lado do Taur teve toda a máquina do governo e do CNRT por detrás dele", sublinhou.

Segundo José Ramos-Horta, o general Taur Matan Ruak tem agora uma "tarefa grande pela frente", nomeadamente reconciliar-se com a Fretilin e voltar a ter a imagem e o estatuto de neutralidade.

"Recebe de mim um país tranquilo, diferente daquele que eu recebi de Xanana Gusmão em 2007, mas Taur Matan Ruak vai ter de procurar sarar os azedumes, os ressentimentos, as feridas destas últimas semanas", afirmou.

O Presidente timorense deu também um conselho ao general Taur Matan Ruak e ao primeiro-ministro, Xanana Gusmão.

"O meu conselho quer ao general Taur Matan Ruak, quer ao próprio Xanana Gusmão, é de enterrarem o machado eleitoral e fazerem todo o esforço e com humildade e com honestidade dialogar com a Fretilin", afirmou, sublinhado que aquele partido contribuiu muito para a pacificação do país nos últimos cinco anos.

"Portanto é de todo urgente, aconselhável, que o general Matan Ruak mostre simplicidade, humildade, sentido de Estado, pragmatismo e dê a mão à Fretilin para que possa exercer funções de chefe de Estado", aconselhou.

José Ramos-Horta disse também a Taur Matan Ruak que nos próximos cinco anos vai ter que ser "simples, humilde, fazer sempre um discurso de reconciliação, moderação" e ter "habilidade" para gerir os interesses "enorme e dispares" que existem no país e na região.

MSE.

Lusa/Fim

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